terça-feira, 5 de maio de 2015

E o pior foi confirmado

Com o medo da gravidez anembrionária rondando minha cabeça não conseguia nem mais curtir a gravidez. Como o ultrassom definitivo com a minha médica seria apenas na outra semana decidi marcar outro ultrassom antes dele com um médico muito conceituado para ter uma segunda opinião.
Esse médico já foi bem mais decidido e me disse que pelo valor do meu beta e pelo tempo de gravidez já deveria ter aparecido o embrião, que realmente era uma gravidez anembrionária.  Ele me disse que isso era mais comum do que se pensava e que não queria dizer nada, que não era nenhum problema comigo, que era completamente aleatório e que até o final daquele ano ele estaria fazendo meu ultrassom novamente para ver o meu bebezinho em uma próxima gravidez. Consegui me controlar um pouco para perguntar o que eu precisava, sobre os procedimentos a serem seguidos, sobre a curetagem, mas foi só sair pela porta que desabei de chorar. Toda a esperança que eu tinha cultivado não foi mais que uma ilusão e eu não teria o meu bebê. Ainda hoje escrevendo sobre isso sinto uma imensa dor ao lembrar desse dia e dessa época.
 
Alguns dias depois fiz o ultrassom com a minha médica, mas eu já sabia o resultado e não esperei por nada diferente. Ela me orientou a aguardar por um tempo em casa para ver se o aborto aconteceria normalmente para evitar a curetagem. E assim eu fiz. Sangrei por cerca de 15 dias passei por um sofrimento que não desejo a ninguém. Mesmo assim quando fiz o ultrassom para ver se tinha saído tudo não tinha e eu precisaria fazer a curetagem...

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Ovulação tardia ou gravidez anembrionária?

Depois de todo o problema e o mau presságio do ultrassom de emergência que fiz na viagem era hora de fazer o ultrassom com a minha médica e pelo tempo de gestação já deveria aparecer o embrião. Bem, não foi o que aconteceu... Ela viu apenas o saco gestacional vazio, sem embrião e sem vesícula vitelina. Ela pediu que eu não me desesperasse pois poderia ter havido uma ovulação tardia e eu poderia estar com menos tempo de gestação do que imaginava, mas que também poderia ser uma gravidez anembrionária (ou anembrionada, cada um usa um termo). Nunca tinha ouvido falar sobre isso!!!! Ela me explicou e depois também fui buscar ajuda no google que é uma gravidez em que o embrião não desenvolve, mas as outras partes do processo demoram a perceber, então o Beta HCG sobe, a mulher sente os sintomas, o saco gestacional se desenvolve, tudo como se a gravidez fosse prosseguir normalmente.
 
A médica me disse que faríamos outro ultrassom na semana seguinte e que se o embrião não tivesse aparecido seria confirmada a gravidez anembrionária. Eu e me marido não conseguíamos acreditar! Toda a felicidade que estávamos sentindo, a relação que já tínhamos com o bebê (conversávamos com ele, colocávamos música para ele escutar, eu vivia com a mão na barriga fazendo carinho) poderia ser apenas uma ilusão, poderia ser que na realidade não houvesse embrião... Ficamos muito preocupados, mas eu ainda estava confiante. Li vários casos na internet sobre ovulações tardias e que depois a gravidez se desenvolveu normalmente e me apeguei a isso, quis acreditar que esse também era o meu caso e que na semana seguinte o embrião apareceria. Meu marido já estava mais com o pé atrás. Ainda havia esperança e novamente precisaríamos aguardar... Novamente dias de angústia e de muita pesquisa na intenet.

terça-feira, 28 de abril de 2015

Ultrassom de emergência

Cerca de 1 semana após a volta da viagem do Rio estava tudo bem, eu não havia mais tido nenhum sangramento e precisei fazer uma viagem a trabalho que duraria 3 dias. no segundo dia em que eu estava lá tive um sangramento, foi pouca quantidade, mas dessa vez era vermelho vivo. Fiquei desesperada. A sorte é que, para que eu não fosse sozinha, minha mãe me acompanhou nessa viagem. Eu fiquei tão apavorada quando vi o sangue que não conseguia fazer nada. Ela que teve que ligar para a minha médica e explicar o que estava acontecendo. A médica orientou que eu fizesse um ultrassom no mesmo dia.

Além do que eu estava passando, ainda estava em uma cidade em que eu não conhecia nada, não tinha nenhuma referência de médicos, clínicas, nada. Explicamos a situação no hotel e eles nos ajudaram a encontrar telefones de clínicas e hospitais em que eu pudesse conseguir o exame. Por sorte conseguimos uma clínica que me atenderia naquela mesma manhã.

Fui fazer o exame preocupada, mas ainda esperançosa de que pudesse não ser nada grave. Ainda estava chateada pois faria meu primeiro ultrassom sem meu marido junto, mas não podia nem reclamar, pois graças a Deus minha mãe tinha ido comigo, pois não sei como seria se eu estivesse sozinha.

No ultrassom o médico foi muito seco e me disse que havia um hematoma no meu útero e que ele estava bem próximo ao saco gestacional. Que ainda não dava para ver o embrião, mas como ainda tinha pouco tempo poderia ser que ele ainda não estivesse visível. Disse que a proximidade do hematoma com o saco gestacional era bem preocupante e que ainda não era uma perda, mas tinha grande chance de acontecer. Meu mundo caiu! Fiquei aos prantos na recepção da clínica.

Novamente foi minha mãe que precisou ligar para a minha médica. Ela já não demonstrou preocupação com o hematoma, dizendo que era comum acontecer, mas ficou preocupada do embrião não ter aparecido. Me indicou um remédio (Utrogestan) que ajuda a evitar o aborto e me pediu que fizesse outro ultrassom com ela na semana seguinte, afinal eu já estaria com 7 semanas. Foi uma semana de muita aflição.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Da felicidade ao início da ansiedade

Estávamos super felizes com a notícia da gravidez! Contamos apenas para os pais e irmãos, queríamos esperar os 3 meses para contar para as outras pessoas. A médica pediu para aguardar estar com 7 semanas para fazer o ultrassom, pois antes corria-se o risco de ainda não dar para ver o embrião.
 
Já estávamos com uma pequena viagem para o Rio marcada para comemorar nosso aniversário de casamento. A médica disse que não havia problemas, então fomos. Tudo ficou voltado para a gravidez recém descoberta. Verificar o que eu poderia ou não comer, meu marido cheio de cuidados, não querendo que eu fizesse nenhum esforço. Finalmente estávamos vivendo o que tanto sonhávamos e não queríamos que nada desse errado.
 
Mesmo com todos os cuidados, tive um pouquinho de sangramento escuro e fiquei muito preocupada. Liguei para a médica e ela me disse que era normal, que se saísse sangue vermelho vivo seria motivo para me preocupar. De qualquer forma não ficamos tranquilos e reduzimos ainda mais o ritmo na viagem. Agora era esperar a data de poder fazer o exame para verificarmos se realmente estava tudo bem. A felicidade já começava a se misturar com a ansiedade...

segunda-feira, 6 de abril de 2015

O recomeço e a boa notícia

O hormônio só foi regularizado em meados de novembro/13. Como já havia passado o período fértil, o primeiro mês de tentativas foi dezembro. Já havia se passado um ano desde que decidimos começar a tentar engravidar. O importante é que não foi preciso fazer iodo, que eu estava curada do câncer (faria acompanhamento  por alguns anos, mas era o que tudo indicava) e pronta para recomeçar. 

Foram meses tensos, já que eu estava ansiosa para engravidar logo depois de toda essa espera. A fase da neurose voltou com força total! Seguia tudo o que lia que diziam ajudar a engravidar.  Passaram-se alguns meses e nada! Por fim eu perdi a paciência e resolvi que a hora que tivesse que ser seria. Não relaxei completamente, mas consegui me desligar um pouquinho.

No dia do nosso aniversário de casamento de cinco anos já era para a menstruação ter chegado e resolvi fazer um teste. POSITIVO!!!!!! Escrevi de batom na minha barriga "parabéns papai", tampei com a blusa e disse ao meu marido que tinha um presente pelo nosso aniversário. Quando mostrei a ele o que estava escrito foram lágrimas e risos e abraços! Não cabíamos de tanta felicidade!!!!! Finalmente teríamos nosso filho.


sexta-feira, 27 de março de 2015

Câncer e iodoterapia

Após descobrir pela biópsia que o nódulo da tireoide era um câncer, era preciso verificar se precisaria de algum tratamento. O tratamento nesse caso seria a iodoterapia. Nesse tratamento  recebe-se uma quantidade de iodo radioativo por via oral. Para isso é preciso que o paciente fique isolado por um tempo para evitar a contaminação dos outros. É um tratamento relativamente simples, sem grandes efeitos colaterais, mas de qualquer forma uma agressão ao organismo.
 
No meu caso, pelo que eu havia pesquisado, achei que eu não precisaria. O meu tumor era bem pequeno e como havia sido retirada toda a tireoide e ainda uma margem de segurança com alguns linfonodos o que a internet dizia era que normalmente a iodo não era indicada. Minha endócrino, porém, me indicou que fizesse. Segui a orientação dela e marquei para um tempo depois. Desde a cirurgia eu não estava tomando o hormônio da tireoide ainda, pois para fazer esse tratamento era preciso estar há um tempo sem tomar. Assim, vivi por esse tempo com os sintomas do hipotireoidismo, mas nada que me atrapalhasse muito.
 
A iodo estava marcada, mas eu não me conformava. A maioria do que eu havia lido ia em desacordo com a minha médica. Sei que muitas pessoas passam pela iodo tranquilamente, mas eu não queria fazer um tratamento sem necessidade e ainda havia um outro motivo. Na verdade eu estava sofrendo muito por ter que fazer a iodo pois após o tratamento eu precisaria esperar um ano antes de engravidar. Eu já queria tanto esse bebê e minhas tentativas já haviam sido interrompidas pela descoberta do câncer e pela cirurgia, não queria ter que esperar mais um ano.
 
Decidi procurar um outro médico que é médico da minha família e que me disse que ele não considerava indicado fazer a iodo no meu caso, pois a agressão ao meu organismo não compensava o risco de não fazer. Me indicou uma outra endócrino que teve a mesma opinião dele. Fiquei livre da iodo!!!! Agora era esperar o hormônio estar regularizado e eu poderia voltar a tentar.
 

quarta-feira, 25 de março de 2015

Fases interrompidas por um susto

Antes de parar de tomar a pílula já havia ido à ginecologista para verificar se estava tudo bem e em julho/13 decidi fazer um check up para ter certeza de que eu estava bem para receber o bebê. Descobri que não estava!

A médica pediu, entre outros exames, um ultrassom de tireóide. No exame apareceram dois nódulos. Não me preocupei muito, pois o médico que fez o exame disse que era comum. Ao levar para a médica, ela preferiu me encaminhar para uma endocrinologista, que pediu uma punção. O resultado foi uma suspeita de câncer de tireóide e fui encaminhada para uma tireoidectomia (cirurgia de retirada total da tireóide).

Foi um susto muito grande! Eu nunca havia tido nenhum problema mais sério de saúde, nunca tinha sido internada ou feito qualquer cirurgia. Agora eu tinha uma suspeita de câncer e precisava ser operada! Eu estava muito otimista e acreditava que após a cirurgia o câncer não seria confirmado. O que já sabia é que ficaria sem a tireóide e precisaria tomar hormônios pelo resto da vida.

Fui muito tranquila para a cirurgia e tudo correu bem. O corte foi bem pequeno e me recuperei bem. Tive dormência e precisei rêpor cálcio. Precisei ficar alguns dias sem falar, me comunicando por escrito ou por mímica para evitar uma rouquidão permanente. Senti pouca dor. Nada de muito traumático.

Após alguns dias fui buscar o resultado da biópsia. Era um câncer!

segunda-feira, 23 de março de 2015

Fase 3- A fase da neurose

Antes de tudo, quero explicar que essas fases não são padrões, foram as minhas fases. Acredito que cada uma encara esse momento de tentativas de uma forma e isso pode ser influenciado, por exemplo, pela idade ou o tamanho da expectativa. Fora que algumas sortudas não passam por nada disso e, no primeiro mês de tentativa, já recebem um positivo no teste.

Esqueci de contar que meu marido e eu não contamos a ninguém que estávamos tentando para não criar expectativas. Foi uma boa escolha, mas não diminuiu a ansiedade.

Bem, voltando às fases, minha terceira fase foi a da neurose. Comecei a, além de marcar o período fértil, verificar minha temperatura, pois eu havia lido que ajuda a determinar o dia exato da ovulação. Inventava desculpas para mudar o dia de pintar meu cabelo por medo de já estar grávida sem saber e prejudicar o neném. O mesmo acontecia com as atividades físicas, que também fazia com todo cuidado por medo de já estar grávida. Fazia testes de gravidez até mesmo antes do atraso de tanta ansiedade! Enfim, surtei! E não, em nenhum desses meses eu estava grávida...

domingo, 22 de março de 2015

Fase 2: Não mais tão relaxada

Após retornarmos da viagem, que foi excelente por sinal, decidi retomar as tentativas, mas na mesma ilusão de que ,se eu não me prevenisse, aconteceria. Isso durou apenas 1 mês!!! Já era abril/13 e resolvi começar a marcar o período fértil, afinal já havia uma pressão em relação à idade. Muita coisa mudou  quanto ao limite ideal de idade para engravidar, mas eu já estava com 32 anos e minha  médica já vinha sugerindo que eu não esperasse muito mais tempo.
Instalei um aplicativo no celular para acompanhar o período fértil e já comecei as pesquisas na internet e com as milhões de dúvidas:
- Começo a contar o primeiro dia da menstruação pela borra de café ou pelo sangue vermelho vivo?
- As relações sexuais devem acontecer em todos os dias do período fértil ou em dias alternados?
E como essas várias outras! Na verdade não consegui ter certeza de nada, mas segui a orientação do que era maioria.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Fase 1- A decisão de engravidar

No final de 2012 eu havia acabado de completar 32 anos e estava com 3 anos de casada. Planejava engravidar mais ou menos nessa época para que eu pudesse aproveitar o início do casamento, me adaptar à vida de casada, viajar.

Até então eu fazia planos para a minha vida e conseguia realizá-los. Entrei na faculdade, me casei, tudo na época que eu pretendia. Agora, na hora de ter filhos, a vida veio me ensinar que nem sempre é assim.

Bem, decidi então começar as tentativas nessa época, mas sem pretensões, simplesmente parei de tomar pílula. Cerca de 1 mês depois meu marido e eu fechamos uma viagem internacional para um hotel all inclusive e decidimos então pausar os planos e esperar a volta da viagem. Optei por voltar a prevenir pois achei que não seria bom fazer essa viagem em um início de gravidez e para podermos aproveitar melhor o que poderia ser nossa última grande viagem antes de ter filhos. Nessa época eu pensava que com pouco tempo sem a pílula eu já estaria grávida. Quanta ilusão!!!!



quinta-feira, 19 de março de 2015

Por que estou aqui?

Oi! Estou há um pouco mais de 2 anos decidida a ter um filho. Isso ainda não aconteceu... Criei o blog para contar a vocês minha história e para tentar criar forças para continuar. Espero que ao compartilhar e através dos comentários de vocês isso seja possível.

Por enquanto sigo em busca desse sonho e vou contar nos próximos posts como cheguei até aqui e tudo o que for acontecendo daqui para a frente.

Bem-vindos!